Existem sentimentos que nos parecem incompatíveis se tidos juntos, como o egoísmo e generosidade, tranqüilidade e angustia, enfim, muitas possibilidades que em tese se excluem. Mas esses dias, por conta da partida de uma amiga muito querida para novas “aventuras” e desafios profissionais, me dei conta daquilo que sentem os palhaços que fazem todos rirem, enquanto na verdade, querem mesmo é chorar.
Pois é, eu estava vivendo uma alegria triste, um sorriso que insistia em ser, vez por outra, inundado com o azedume de lágrimas que insistiam em brotar nos olhos e serpentear pelo rosto, tão qual um rio chamado saudade. Pensando bem, acho que alegria e tristeza formam a nascente e a foz desse rio. Sensação ambígua, que liga meu passado a meu futuro, que subverte os tempos verbais, que me prende a futuro do não existente, e a um pretérito mais que imperfeito.
Sinto saudades das vidas que nunca vivi, de não ter sido jogador de futebol, pedreiro, astro do rock, um burocrata, de ter sido feliz... Sinto falta das pessoas que não conheci, das cidades onde não morei. Queria ter mil vidas em uma, pena que ás vezes essa vontade me tire até mesmo o direito de jactar-me com a única que possuo.
Estranha mania essa de querer o que não se tem. Tanto é verdade que queria viver outras vidas, que essas insatisfações não são minhas, mas de outros, coletadas cuidadosamente da árvore da vida de cada pessoa que vi, conheci ou soube da existência.
A saudade às vezes transborda, inunda, causa furor e desamparo, como um tsunami sobre o qual só nos resta sentir a força da natureza, a natureza dos sentimentos que nos tomam, uma onda que mistura mel e lama, que revolve lembranças de fenecer a fascinação.
Ainda assim, creio que ao fim de tudo... quem sente saudades tem motivos para comemorar, para ser feliz, afinal, só chora por amor quem o sentiu, só sente falta de um amigo quem já o teve, tens melancolia porque já existiu entusiasmo.
A saudade é além de um rio, todas as metáforas que se consegue fazer, como ser uma orquídea regada a lágrimas e iluminada pelo brilho de um sorriso. Mas, ainda que tantos poetas já a tenham descrito, cada um de nós a sente de um modo específico, as vezes corta o coração, outras o conforta. Seja como for, eu sou um saudoso convicto, pois é da dor e do medo, que emana meu amor por inteiro....
Felipe Leão Mianes
Pois é, eu estava vivendo uma alegria triste, um sorriso que insistia em ser, vez por outra, inundado com o azedume de lágrimas que insistiam em brotar nos olhos e serpentear pelo rosto, tão qual um rio chamado saudade. Pensando bem, acho que alegria e tristeza formam a nascente e a foz desse rio. Sensação ambígua, que liga meu passado a meu futuro, que subverte os tempos verbais, que me prende a futuro do não existente, e a um pretérito mais que imperfeito.
Sinto saudades das vidas que nunca vivi, de não ter sido jogador de futebol, pedreiro, astro do rock, um burocrata, de ter sido feliz... Sinto falta das pessoas que não conheci, das cidades onde não morei. Queria ter mil vidas em uma, pena que ás vezes essa vontade me tire até mesmo o direito de jactar-me com a única que possuo.
Estranha mania essa de querer o que não se tem. Tanto é verdade que queria viver outras vidas, que essas insatisfações não são minhas, mas de outros, coletadas cuidadosamente da árvore da vida de cada pessoa que vi, conheci ou soube da existência.
A saudade às vezes transborda, inunda, causa furor e desamparo, como um tsunami sobre o qual só nos resta sentir a força da natureza, a natureza dos sentimentos que nos tomam, uma onda que mistura mel e lama, que revolve lembranças de fenecer a fascinação.
Ainda assim, creio que ao fim de tudo... quem sente saudades tem motivos para comemorar, para ser feliz, afinal, só chora por amor quem o sentiu, só sente falta de um amigo quem já o teve, tens melancolia porque já existiu entusiasmo.
A saudade é além de um rio, todas as metáforas que se consegue fazer, como ser uma orquídea regada a lágrimas e iluminada pelo brilho de um sorriso. Mas, ainda que tantos poetas já a tenham descrito, cada um de nós a sente de um modo específico, as vezes corta o coração, outras o conforta. Seja como for, eu sou um saudoso convicto, pois é da dor e do medo, que emana meu amor por inteiro....
Felipe Leão Mianes
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