sexta-feira, 4 de maio de 2018

Dor

Dor
Sentimos intransitivo.
Sempre de mãos dadas comigo.
Sombra onde encontro meu abrigo.

Dor
Minha sina de Prometeu.
destino que não se cumpriu.
Felicidade que em mim morreu.
Ou será que um dia existiu?

Dor
Faz meu pretérito mais que imperfeito.
A ti eu tão cativo me assujeito.
Sem presente nem futuro,
Vago na vereda sempre escura.
Sem rumo e sem recanto.
Para minh’alma sem descanso.

Dor
Concedeu-me tão belos sonhos.
Para esmigalhar cada esperança.
Troçando de cada tropeço.
Como quem se alimenta de si mesmo.

Dor
Hei de viver e fenecer contigo.
Já não sei és tu quem me procura,
Ou se eu que te persigo.