sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Documentário olhares em Salvador - repercutindo....

Conforme a última postagem aqui no blog, eu e Mariana Baierle tivemos a honrosa missão de apresentarmos o Olhares na 6º Primavera dos Museus, que lá na Bahia teve a Produção da DIMUS (Diretoria de Museus da Bahia).
Gostaria primeiramente de agradecer pelo convite e pela confiança de todos, especialmente ao Moari, que descobriu nosso projeto e comprou a ideia. Muito obrigado mesmo! Grato também, ao pessoal da produção, que nos tratou com muita gentileza e generosidade. Foram poucos dias, mas muito intensos, prazerosos, e que ficarão marcados para sempre no meu coração.
Salvador é uma bela cidade pelo que pude conhecer, não tento pelas belas paisagens, pela arquitetura ou prédios históricos, mas pela diversidade e costumes das pessoas. Todo o calor soteropolitano acho que advem menos do sol e mais da energia do pessoal que mora por lá.
Esse ano, a Primavera dos Mueus teve como tema principal a função social dos museus, e debater sobre esse assunto em uma cidade como Salvador em que cada cantinho tem um ar histórico é ainda mais profícuo. A acesibilidade foi uma das questões centrais nessas discussões sobre as funções sociais dos museus. Isso porque, só a bem pouco temo as ações que acessibilizam os aombientes culturais estão sendo pensadas. Essa dificuldade se acentua na Bahia, pois os ambientes são em sua maioria tombados pelo patrimônio histórico, o que confere certas dificuldades em empreender recursos de acessibilidade arquitetonica. Eis um dilema que foi muito citado: manter intacto o patrimonio, ou torn=a-lo acessível? a resposta felizmente, é que ambos podem ocorrer juntos.
Porém, o que debatemos com os demais colegas de rodas de conversas e de fórum sobre o tema realizados nos dias 25/9 e 26/9, é que além de rampas e pisos táteis, o mais importante para a acessibilidade é o acolhimento e o sentimento de pertencimento que todas as pessoas devem ter para passar a frequentar os museus. ou seja, as inciativas podem ser tomadas também no sentido de conhecer e buscar atender da melhor forma possível o público, de contemplar as especificidades de todos, priorizando sempre o sujeito, para depois pensar em suas dificuldades e/ou deficiências.Mais ainda, nos debates ficou clara a necessidade de uma atuação social de educação e diminuição das desigualdades sociais, como mais um vertice que possibilita o acesso aos aombientes culturais
Ainda no dia 25/9, eu e Mariana, nos encontramos com a querida professora Eliana Franco, docente da UFBA e renomada audiodescritora. Foi uma oportunidade que tivemos de aprender muito, comparttilhar experiências e ideias que além da amizade e admiração que já tenho pelo trabalho da Eliana, torço para que isso também se concretize em parcerias futuras. É sempre bom conhecer alguém tão qualificado e que nos leva a pensar as coisas de uma outra forma.
 
OLHARES - rotagonismo da deficiência
No dia 26/9 foi o grande dia de exibirmos o Olhares para o público de Salvador, que lotou o espaço onde o filme foi rodado. Foi muito gratificante ver a pluralidade da plateia que esteve conosco: desde jovens estudantes até professores universitários estiveram lá para nos prestigiar.
Esse interesse ficou muito evidente no caloroso bate-papo depois do filme, onde as manifestações de todos foram elogiosas e que nos deixaram pensando que estavamos conseguindo cumprir o objetivo principal do olhares, que é demonstrar para as pessoas a pluralidade que existe entre o grupo das pessoas com deficiência visual.
Ao relembrar o quanto as pessoas se entiram tocadas pelo que conversamos, até fiquei pensando no tamanho de nossa responsabilidade e alegria, pois se uma daquelas pessoas passar a agir de modo a compreender a deficiência visual de um jeito diferente, se uma pessoa cega ou com baixa visão se sentiu acolhida e estimulada a consumir cultura, acho que todo o esforço que fizemos já valeu a pena.
Portanto, nossa aventura em Salvador foi repleta de emoção, trabalho e satisfação, sendo que a única parte difícil desses dias foi mesmo a hora de ir embora...

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