domingo, 25 de maio de 2014

O cavaleiro cego



O cavaleiro cego.
Viu que o mundo era maior,
Do que sua prosaica província.
Decidiu que era hora de ultrapassar fronteiras.
Fez da bengala sua espada,
Agarrou sua princesa,
E galopou rumo ao desconhecido.

Queria desbravar cada canto do universo.
Encontrar para tudo um novo sentido.
Que não fosse um dos quatro que ainda lhe restavam.
Sentido que se procura em tantos lugares.
Mas está dentro de cada um.

O cavaleiro cego.
Fez o caminho inverso de seus antepassados.
Munido de perseverança e bravura.
Chegou a terras da Catalunha.

Pedido por las calles, se encontrou de verdade.
Tocou e abraçou a felicidade.
Descobriu que a igualdade é uma quimera.
No lugar onde o amor a diferença impera.

O cavaleiro cego
Tido como o Quixote do escuro,
Com ideias utópicas e absurdas.
Teve a redenção no eldorado.
Vivendo onde era acolhido e respeitado.

Por mais venturosa que fosse a jornada.
Tinha que voltar para casa.
Ainda precisava cumprir a nobre missão.
De contar à nação bengalante
Que após a luta sempre há um futuro cintilante.

O cavaleiro cego.
Notou que chegara a hora de voltar.
Celebrar aventuras e lembranças.
E toda saudade trazida na carruagem.
Porque voltar é sempre a melhor parte da viagem.



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