quarta-feira, 3 de junho de 2015

Como um cão vadio

Que a morte me venha logo,
pois a vida já passou.
Não recebo mais rasteiras,
de quem me derrubou.
E nem para trás olhou.

Meu mundo caiu...
E eu que aprenda a chafurdar.
Nesse lodo de desilusões
Que me afoga até definhar.

Meu destino é viver só.
Como as pedras que rolam na estrada.
chutadas e até acarinhadas.
Mas sempre esquecidas sem ter uma morada.

Sou como um cão vadio.
Que só encontra corações vazios.
A esperança segue por um fio.
De uma navalha que me faz sangrar.
Até a redenção que será meu fenecer.


* Cedo da manhã na estação rodoviária de Porto Alegre, percebi várias pessoas passando indiferentes por uma pessoa dormindo encolhida de frio na calçada. Por si isso me choca, mas fiquei mais incomodado ao ver que muitas delas afagavam um cão que circulava no saguão da estação de trem. Gosto de animais, mas por qual motivo muita gente acha que um animal vale mais do que um ser humano?
Isso eu jamais entenderei, aceitarei ou deixarei de sentir. E mesmo que nunca venha a saber, homenageio aquela e outras pessoas que padecem nas ruas comfome e frio, pior do que um cão vadio.

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