domingo, 15 de abril de 2012

Um amor Prometeu

Não sei o que mais me faz lembrar de ti.
Se é o amor que trago comigo.
Ou as existências que não vivi.
Mais vale alimentar um amor impossível.
Do que a possibilidade de consumá-lo.

Reconstruo meu passado diariamente.
E nem mesmo o ato de seguir em frente.
Não impede que os acontecimentos soturnos.
Esmigalhem meus sonhos futuros.

Dentre as formas de dizer que te amava.
Escolhi a mais estúpida e errada.
Se eu tivesse sido direto.
Tua negativa seria transitória?

Lembrança doce que me surge
É que te dediquei todo amor que pude.
Independe da tua indiferença glacial.
Tal sentimento não requer recíproca ou rechaço.
Mas a renúncia a si mesmo.

O parco carinho que parecia demonstrar.
Era suficiente para me alimentar.
Ainda que fossem pequenas migalhas.
Teu afeto foi tão sincero.
Quanto o medo do amor em teus olhos.

Ao te jurar amor momentaneamente eterno.
Me condenaste a um adeus definitivo.
Sem dó ou piedade, todos os laços rompidos.
Não sei se sofreste ou te resignaste.
Terás pensado algo bom de mim nesse tempo,
Nem que fosse só uma vez?

Meu amor é como o destino de Prometeu.
Renasce ao mesmo tempo em que fenece.
Teria te esquecido se pudesse.
Não sei como ou onde estas.
Precisarias menos do que um olhar.
Para veres que sou melhor do que outrora.
Apenas pela esperança,
de que um dia pudesses voltar.
.................................
Felipe Leão Mianes

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