Vou deixando migalhas de mim pelo caminho.
E à medida que perco minhas partes.
Faço de minha incompletude.
A minha maior virtude.
Vivo numa sincronia anacrônica.
Numa ordem anarquista.
Em lugar algum me enquadro.
Me perdi, antes mesmo de ter achado.
Admiro as imagens que me invadem.
Pois ao não enxergá-las.
Sinto-as com todo meu corpo.
Não sou refém de um só sentido.
Me permita e te conto.
Como é não vestir a vista de um ponto.
Citando um dos filósofos.
Vos digo que só os cegos ousam.
Mirar o sol olhos nos olhos.
Há brilho onde todos vêem escuridão.
Por isso vou sempre na contramão.
De que a cegueira é limitação.
É sim, uma redenção!
Deixo aqui mais um pedaço de mim.
Se quiseres o recolha.
Mas não te peço concessão de espaço.
O meu caminho eu mesmo faço.
Felipe Leão Mianes
Felipe!
ResponderExcluirGostei mto do poema, principalmente dos 2 ultimos versos: "nao te peço concessão de espaço/ o meu caminho eu mesmo faço". Vai bem na linha do que nós discutimos, nenhum deficiente quer "esmolas" ou "concessões". Queremos sim ser tratados como seres humanos, com dignidade, respeito e igualdade para competir com os outros - sem a necessidade de "ajudinha" ou cotas de qualquer natureza.
Parabens pelo poema! Mais uma vez vc demosntra toda a tua sensibilidade. Adorei!!!!!
Abraço, Mariana
Precisa escrever mais,seus poemas são muito lindos,espero em breve ler mais um tão bom quanto os anteriores,parabéns!
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