quinta-feira, 28 de maio de 2015

AUDIODESCRIÇÃO E AS INTERSECÇÕES COM A EDUCAÇÃO


O curso se propõe a instrumentalizar educadores e demais interessados a utilizar o recurso de audiodescrição como mais uma das possíveis formas de acessibilidade de conteúdo cultural e educacional a pessoas com deficiência. A audiodescrição torna possível que pessoas com deficiência, sobretudo, às cegas e com baixa visão, tenham acesso a todo tipo de conteúdo audiovisual, diante da peculiaridade de cada produto. Cada vez mais a audiodescrição é utilizada com diferentes finalidades, e estar preparado para operar com essa ferramenta pedagógica e de acessibilidade é fundamental.

Objetivos: Conhecer a Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, a legislação brasileira sobre acessibilidade e audiodescrição, as regras brasileiras e estrangeiras para audiodescrição; Compreender as potencialidades da audiodescrição e sua relação com a Educação na ampliação do acesso à cultura por pessoas com deficiência visual; Analisar a audiodescrição em diferentes ambientes formatos, tais com em imagens estatísticas, cinema, teatro, espetáculo de dança e eventos ao vivo; Dialogar sobre as intersecções da audiodescrição com a educação em diferentes níveis de formação do sujeito.

Público-alvo: Educadores, profissionais de áreas a fins e demais interessados em acessibilidade e inclusão educacional.

Programa: Conhecendo a audiodescrição: o público-alvo, a potencialidade na ampliação do acesso à cultura por pessoas com deficiência visual, a Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, as regras brasileiras e estrangeiras sobre audiodescrição: roteirista, narrador e consultor, as diferentes atribuições e habilidades necessárias. Audiodescrição em diferentes ambientais culturais: imagens estáticas, cinema, teatro, espetáculos de dança e a intersecção com a educação em diferentes níveis de formação.

Modalidade: Presencial

Local: ULBRA Canoas     Prédio: A definir     Sala: A definir

Período: 13/08 a 19/11/2015

Horário: Quintas-feiras das 19h00min às 21h00min.

Carga horária: 60h/aula

Investimento: R$ 480,00

Vagas: 30

Ministrante: Prof. Felipe Leão Mianes– Graduado em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande (2003). Tem experiência na área de História do Rio Grande do Sul e história cultural. Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – Linha de pesquisa Estudos culturais em Educação. Doutor em Educação pela UFRGS, orientado pela Profª Dra Lodenir Becker Karnopp. Doutorado Sanduíche na Universidade Autônoma de Barcelona. Pós-doutorando em Educação pela ULBRA. Realiza pesquisas com ênfase nos campos de estudos sobre currículo, políticas educacionais, acessibilidade, narrativas de pessoas cegas ou com baixa visão, Audiodescrição e Estudos sobre Deficiência.

Maiores informações  e inscrições no Espaço Extensão e Cultura, localizado no saguão do prédio 6, através do fone/fax (51) 3477.9103 ou ainda pelo e-mail extensaoecultura@ulbra.br e pelo site: www.ulbra.br/extensao.
inscrições no Espaço Extensão e Cultura, localizado no saguão do prédio, através do fone/fax (51) 3477.9103 ou ainda pelo e-mail extensaoecultura@ulbra.br e pelo site: www.ulbra.br/extensao. - See more at: http://ulbra.br/imprensa/noticia/acontece/3329/ulbra-canoas-promove-curso-de-audiodescricao/#sthash.ddyxBToj.dpuf
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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Barreiras sobre rodas

O transporte público no Brasil beira o ridículo e se pensarmos no tratamento dado às pessoas com deficiência a situação se torna ainda mais caótica. Nesse caso, as barreiras estão sobre rodas e circulando por todos os cantos, dos aviões aos táxis, passando pelos ônibus e metrôs. Cada dia mais tenho conhecido casos de pessoas com deficiência tendo problemas nesse sentido, e certamente que eu não estou fora dessas estatísticas. os profissionais desse ramo deveriam tratar as pessoas com deficiência de maneira mais correta e civilizada,e não como se fossem sujeitos menos importantes, na verdade todas as pessoas deveriam fazer isso, mas ainda não o fazem.
Não devemos criar uma rivalidade entre os sem e com deficiências, mas é nítido que ainda há uma sensação de superioridade  por parte de quem não tem deficiência, pois diante de nossas limitações, muitas vezes dependemos delas para determinadas ações, como usar o transporte  público, por exemplo. Muitas vezes temos prejuízos irreparáveis por conta disso, e nada acontece, pois as barreiras atitudinais são ainda mais graves do que as arquitetônicas que nem mencionarei aqui.
Um fato que me ocorreu poucas horas antes de escrever esse texto ilustra isso. Tinha um concurso público para fazer e sai cedo pela manhã, com considerável folga de tempo. O primeiro ônibus atrasou vinte minutos, mas mesmo assim eu ainda teria uma folga de uns dez minutos caso o coletivo que pegaria em seguida não se atrasasse - nem vou comentar as questões de falhas reiteradas nesse quesito de horários. Cheguei no  ponto e no mesmo momento passava o carro da linha que eu queria, e assim, imaginei que não teria problemas em chegar ao local das provas sem dificuldades, mas entrou em cena o mais grave dos problemas, o profissional desqualificado e o ser humano sem noção - para dizer o mínimo.
Solicitei que gostaria de descer em um determinado lugar, já que como todos sabem eu tenho baixa visão e não vejo corretamente os locais onde tenho que parar. Motorista e cobrador disseram afirmativamente, que me avisariam. fiquei me concentrando para a prova e esperei tranquilamente o momento de desembarcar. Percebi que passara muito tempo além do que sei que demoraria, e questionei o cobrador, que disse já terem passado três paradas de onde eu pedi para descer.
Fiquei extremamente irritado, e sangue quente como eu sou, comecei uma forte discussão com ambos por não terem me avisado, pois o horário da prova já havia passado e eu perdi a chance de realizar o concurso pela incompetência e desleixo de duas pessoas que não se importam com seu próximo. Ambos conversavam animadamente com uma passageira colega de trabalho e esqueceram de avisar. Que eu saiba existe orientação de não se falar com o condutor, mas pelo jeito até isso esses sujeitos desconhecem. Não aconteceu sequer um pedido de desculpas, sequer reconheceram o erro e se justificaram dizendo ter havido uma confusão. Sim houve mesmo, e o único prejudicado fui eu.
Quando terei outra chance de fazer concurso para docente? até quando motoristas e cobradores de ônibus nos tratarão com desdém? Chegará o dia em que as pessoas com deficiência serão tratadas com respeito em todos os espaços? O que é necessário para se entender que acessibilidade é um direito e não um benefício? Quando conseguiremos ter uma sociedade em que as pessoas se coloquem no lugar das outras? São perguntas que ainda ficam sem respostas.
Contudo, o fato é que se proliferam casos de tratamento inadequado às pessoas com deficiência no transporte público, e por mais que isso ocorra nada é feito. E, não me venham com o politicamente correto dizendo que é uma maioria, pois não é. A maioria dos motoristas e cobradores de coletivo são deselegantes e despreparados para lidar com pessoas com deficiência, ou serei eu um azarado por vivenciar isso diariamente e por conhecer todos os dias um novo caso?
Se a situações nos ônibus municipais é caótica, a situação não é menos vexatória e periclitante no que tange aos taxistas. A maioria deles também é tão desqualificada quanto os profissionais citado antes. Sou usuário corriqueiro de táxis e posso dizer que já encontrei uns poucos taxistas respeitosos, educados e que fazem bem seu trabalho. No mais, ou infringem leis de transito com maior frequência do que eu respiro, como na corrida anterior em que o sujeito estava acima da velocidade, digitando no celular e sem cinto de segurança. Na maioria das vezes, ou tentam nos enrolar fazendo rotas mais longas por não enxergarmos, fingem que se perdem, erram de endereço e outras formas de trapacear
Isso quando não ouvem músicas de gosto duvidoso em um volume insuportável, ou tentam ficar se intrometendo na vida alheia perguntando se há cura para o meu "problema", costumo responder que resolverei meu maior incomodo bem rápido, assim que sair do carro. É evidente que existe má vontade e despreparo, nesse caso, é uma situação que acontece com todas as pessoas, ao menos em Porto Alegre, que é o local onde acontece tudo isso a que me refiro.
Tudo que digo aqui não é baseado  apenas em uma experiência ruim, e sim em fatos recorrentes que acontecem comigo e com demais pessoas com deficiência que me cercam. Há pessoas com deficiência que ainda são contra o passe livre mesmo sabedoras desses problemas. Se bem que o mesmo colunista que certo dia disse isso, no mesmo dia reclamou que o incentivo para a compra de seu carro importado adaptado foi cortado, são as incoerências da vida... 
Por fim, precisamos refletir que somente leis não são suficientes para transpor as barreiras que nos são impostas, nesse caso elas estão sobre rodas. É necessário conscientizar a sociedade e lutar para acabar com esses obstáculos e nós temos que ser protagonistas dessa mudança reivindicando e tomando medidas para que esses problemas se tornem exceção e não regra. Perdi uma grande oportunidade de participar de um concurso que estudei por meses e que poderia ter sido a chance de melhorar a minha vida e lecionar na UFRGS, mas sei que não faltarão oportunidades. 
O que mais dói é a indiferença e o descaso com as pessoas com deficiência, já que claramente temos limitações e dependemos do outro para algumas coisas. Seja como for, não  há demérito nenhum em depender de outrem por alguma ocasião, pois todo mundo passa por isso em algum momento. No entanto, aquele que se aproveita disso pode acabar provando do  próprio veneno, pois a roda da vida seguirá girando.