Não me vejo como sendo um sujeito perfeito, muito pelo
contrário, tenho limitações e defeitos como toda e qualquer pessoa, e isso faz
parte da vida de cada um de nós. Nem mesmo me acho o ser mais bondoso da face
da Terra, pois talvez eu pudesse fazer bem mais pelos outros do que eu acho que
faço.
Procuro
fazer o bem para muitas pessoas porque isso me deixa feliz, sem esperar um
retorno material ou mesmo uma gratidão por parte de quem eu ajudo, simplesmente
faço porque eu acho certo. Se pensarmos que se cada um de nós apenas fizesse a
sua parte para agir com gentileza, solidariedade e generosidade para com o
outro, quem sabe não demoraria tanto para que o mundo fosse um lugar melhor.
Não é discursinho de escoteiro, é sim a percepção de que quanto mais bem
fazemos ao outro sem esperar retorno, mais a bondade nos procura, como um
ciclo, uma corrente do bem, que nem mesmo a imensidão do mal pode arrebentar.
Tenho duas
grandes amigas que até meio sem querer consegui ajudar com gestos que eu
entendia muito simples, quase uma obrigação de um amigo que se preze, que no
fim culminaram com a alegria e com o sucesso dessas pessoas. Isso não me fez
sentir em momento algum responsável pelo sucesso delas, ou que elas me devam
algo em troca. Às vezes fico pensando
qual seria a graça de estar no mundo se não a sensação indescritível de
partilhar alegrias e dificuldades com nossos amigos.
Não sei exatamente por qual motivo, e nem
pretendo entender, mas o fato é que quanto mais eu ajudo alguém de maneira
descompromissada com gratidão ou esperando retorno, mais as coisas passam a dar
certo pra mim. Minha carreira acadêmica como pesquisador permanece em curva
ascendente e em processo de constante evolução. Meus trabalhos como
audiodescritor são cada vez maiores em importância e em quantidade. Tenho recebido
inesperados – e emocionantes – reconhecimentos pelo meu trabalho como revisor
de audiodescrição por parte de pessoas que eu sou fã e que sempre admirei o
trabalho e as atitudes pessoais.
Se tudo isso é um retorno do
pouco que eu faço eu não sei, mas sei que essa alegria que eu sinto todos os
dias desde o momento em que me levanto é fruto da certeza de que estou indo na
direção certa, que vale a pena fazer a minha parte para que alguém que eu goste
tenha essa mesma sensação que eu. Se cada um de nós der um sopro de bondade,
quem sabe tenhamos um vendaval da felicidade.
TRI! Muito bom profe!
ResponderExcluir