segunda-feira, 1 de julho de 2013

Audiodescritor em Foco - Entrevista com Jean Braz



Jean Braz da Costa, aluno do 4o semestre do curso de análise de Sistemas pela Faculdade Anhanguera, graduado em jornalismo no ano de 2004 pelas faculdades Hoyler.

Audiodescritor consultor AD desde 2004, tendo revisado diferentes trabalhos como longas, curtas, exposições e outras.

 

 

 

 

 

1 - Como você se tornou audiodescritor? Que importância a audiodescrição tem na sua vida? 
Jean - Não realizo o trabalho como audiodescritor, más sim o de revisor. 
Comecei a fazer esse trabalho, após ter participado de inúmeras sessões de filmes com AD na cidade de Campinas, pois era uma das pessoas que participava do grupo que se iniciou em 1999. 
Foram diversas discussões sobre o que é AD, como tem que ser feita, qual a melhor maneira. até então receber o convite da Bell Machado, para começar a fazer a revisão de seus trabalhos no qual sou muito feliz por isso. 
A AD é sem dúvida um recurso muito importante para mim, pois além de revisor, sou também uma das pessoas que necessita desse recurso.

2 – Na sua opinião, o que a AD representa para seus usuários? O que pode provocar na vida dessas pessoas? 
Jean - Para quem não está acostumado, no início pode parecer muito estranho e confuso mais depois o usuário percebe que a partir da AD ele ganha um novo e indispensável aliado na aquisição de informação, seja no entretenimento através de filmes, teatros ou até mesmo na construção do conhecimento visto que a AD pode estar presente em diferentes ambientes que se faça necessário.

3 – Quais as maiores dificuldades e quais as maiores alegrias em ser audiodescritor? 
Jean -  As dificuldades é saber que no Brasil esse trabalho ainda é muito limitado, ou seja, no tempo de exposição na TV ou em recursos como, por exemplo, no cinema onde temos um número insignificante de sessões se compararmos com o público que espera ansioso por isso. 
Por outro lado, posso dizer que, as alegrias é saber que com muito empenho e com o envolvimento de muita gente esse trabalho de formiguinha está surtindo efeito. 
Fico muito feliz ao participar de sessões lotadas ou em fazer a revisão de um aluno que fez o curso conosco em fim as alegrias são inúmeras também.

4 - Você concorda com a ideia de que a AD, mais do que informar, deve proporcionar que o usuário usufrua e sinta as sensações do que é descrito?Você acredita que a audiodescrição além de um recurso de acessibilidade seja também uma produção cultural? 
Jean - Desde que a AD seja feita conforme as regras estabelecidas na ABNT e que não proporcione ao usuário nenhuma vantagem em relação aos demais, ela irá cumprir o papel que eu acredito que é o de levar para a pessoa a informação de que ela não consegue notar através dos seus outros sentidos. 
A emoção é fruto da identificação que cada um de nós temos com determinada exposição e a AD não deve forçar o usuário a sentir essa sensação.

5 – O mundo está cada vez mais visual, e se levarmos em conta que a visualidade é a matéria-prima da audiodescrição, ainda há muito a ser explorado nesse campo. Junto a isso, temos a ampliação e difusão dos produtos e políticas culturais para acessibilidade por parte dos governos e da sociedade civil. Diante desse cenário, quais desafios você acha que devem ser enfrentados para expandir a audiodescrição, tanto em quantidade como em qualidade? 
 Jean - Junto ao trabalho de políticas públicas, acho que deve haver também um foco e uma mobilização maior em relação a quem produz qualquer tipo de material que necessite de AD. 
Ou seja, é fazer o diretor, o produtor, o empresário, etc. entender que eu também sou um consumidor em potencial e que se houver o recurso certamente aquele produto pode ser mais interessante para mim. 
É cobrar do ministério da cultura ou de quem quer que seja, meu direito como cidadão, pois também pago impostos e não posso ser privado do entretenimento ou da informação.

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Entrevista: Felipe Mianes


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