Sei que o carnaval já acabou há alguns dias, mas, creio queainda vale a pena mencionar que este ano, os sujeitos com deficiência visualforam muito citados. E, me parece que de um “festejo da inclusão” estamos indopara um “carnaval da diferença”.
A inclusão tem se tornado cada vez mais um modo de fazer com que os sujeitos se sintam com aquela sensação de dever cumprido, uma alegria imensa, por ter “ajudado alguém que precisava”. Essa efervescência da inclusão provoca situações as vezes caricatas de por exemplo, produzir material em braile sem sequer saber se isso é necesário, apenas com o objetivo de “mostrar” o desejo inclusivo. Conversando com meu amigo Rafael Giguer e com a amiga Adriana Thoma, chamamos isso de: “festejo da inclusão”. Pois bem, creio que estamos dando um passo para além do festejo, ao fazer dele, um carnaval da diferença.
No desfile das escolas de sambado Rio de janeiro e de São Paulo houve uma grande menção aos sujeitos com deficiência visual e suas peculiaridades. Embora eu ache que a abordagem de ambas se vinculou muito com as ideias de superação e da deficiência visual como simples não´visão, é preciso ressaltar que o tema foi tratado até com respeitoe com algo muito importante, alegria. A escola de samba do Rio, chamada Grande Rio, tratou sobre o tema da superação em seu enredo, obviamente, não poderia faltar a superação dos limites do corpo e dos “defeitos” dos sujeitos.
Mesmo que a abordagem tenha sido voltada a superação de um defeito, ficou claro que mesmo assim se pode pensar a deficiência visual com alegria, que se pode ter deficiência e manter esse sentimento, o que para muitos é algo incompatível. Mostrou também diversos sujeitos com deficiência que fazem ou fizeram sucesso. Isso é importante para que as crianças e jovens cegos ou com baixa visão possam perceber que sua diferença não é o fim, mas um começo diferente.
A escola Império de Casa Verde,do carnaval paulistano, teve como tema enredo a visão. Dentre uma série de coisas, citou a “falta” da visão como algo não impeditivo para o sucesso, e que a deficiência visual se trata de uma visão, mas uma visão diferente da que estamos acostumados, ou seja, mesmo sem enxergar, pode-se ver o mundo pelas sensações e sentimentos. Mesmo assim, tratou-se a questão também pelo ponto de vista compensatório e da superação.
Mas, excetuando-se essa demasiada ligação com a superação, fiquei de fato feliz por poder perceber que de sujeitos à margem da sociedade, passamos a protagonistas, a começar a abrir um espaço antes impensado, que podemos mostrar nossa diferença e a beleza que há em ter deficiência visual. Sim, eu disse beleza. Podemos apresentar nossas percepções de mundo próprias, de marcar uma identidade, que embora seja “deslizante” tem seus marcadores cada vez mais fortes entre nós.
Portanto, creio que estamos dandoos primeiros passos para além do festejo da inclusão, e indo rumo ao carnaval da diferença, botando nosso bloco na rua, e que abram alas, pois nós iremos passar...
No desfile das escolas de sambado Rio de janeiro e de São Paulo houve uma grande menção aos sujeitos com deficiência visual e suas peculiaridades. Embora eu ache que a abordagem de ambas se vinculou muito com as ideias de superação e da deficiência visual como simples não´visão, é preciso ressaltar que o tema foi tratado até com respeitoe com algo muito importante, alegria. A escola de samba do Rio, chamada Grande Rio, tratou sobre o tema da superação em seu enredo, obviamente, não poderia faltar a superação dos limites do corpo e dos “defeitos” dos sujeitos.
Mesmo que a abordagem tenha sido voltada a superação de um defeito, ficou claro que mesmo assim se pode pensar a deficiência visual com alegria, que se pode ter deficiência e manter esse sentimento, o que para muitos é algo incompatível. Mostrou também diversos sujeitos com deficiência que fazem ou fizeram sucesso. Isso é importante para que as crianças e jovens cegos ou com baixa visão possam perceber que sua diferença não é o fim, mas um começo diferente.
A escola Império de Casa Verde,do carnaval paulistano, teve como tema enredo a visão. Dentre uma série de coisas, citou a “falta” da visão como algo não impeditivo para o sucesso, e que a deficiência visual se trata de uma visão, mas uma visão diferente da que estamos acostumados, ou seja, mesmo sem enxergar, pode-se ver o mundo pelas sensações e sentimentos. Mesmo assim, tratou-se a questão também pelo ponto de vista compensatório e da superação.
Mas, excetuando-se essa demasiada ligação com a superação, fiquei de fato feliz por poder perceber que de sujeitos à margem da sociedade, passamos a protagonistas, a começar a abrir um espaço antes impensado, que podemos mostrar nossa diferença e a beleza que há em ter deficiência visual. Sim, eu disse beleza. Podemos apresentar nossas percepções de mundo próprias, de marcar uma identidade, que embora seja “deslizante” tem seus marcadores cada vez mais fortes entre nós.
Portanto, creio que estamos dandoos primeiros passos para além do festejo da inclusão, e indo rumo ao carnaval da diferença, botando nosso bloco na rua, e que abram alas, pois nós iremos passar...
Como sempre, um belo texto! Excelentes observações!
ResponderExcluirAbram alas que nós queremos passar!!!!!
Abraço Mariana