quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O que os olhos não vêem o coração sente

Um filme de curta-metragem muitas vezes pode gerar debates acalorados, profícuos e vindouros. Ainda mais quando se trata de propor visões diferenciadas sobre sujeitos considerados diferentes. Quando há personagens que fogem à norma isso nos causa estranhamentos, e se essa fuga da norma acontece em mais de uma característica no mesmo sujeito, isso se multiplica de modo eloquente
Em: Eu não quero voltar sozinho (direção de Daniel Ribeiro), Leonardo, Giovana e Gabriel são três colegas de classe, um tanto excluídos pela turma: Leonardo por ser cego, Giovana por andar com ele e Gabriel por ser aluno novo na escola. O trio se aproximou muito pela distância abissal que tinham dos outros. Andavam sempre juntos, principalmente voltar da escola, já que Leonardo tinha insegurança em voltar sozinho.
Por outro lado, Giovana ficou muito enciumada pois, era apaixonada por Leonardo, e depois da chegada de Gabriel se sentia quase à parte da amizade entre os dois. Certo dia na escola, Leonardo disse querer contar algo para a garota, que ficou curiosa para saber o que era. Então, ele disse que estava apaixonado. Ela ficou eufórica pensando que se declararia para ela, MAS, Leonardo se disse apaixonado por Gabriel.
Depois disso, eu que não vou contar o fim do filme. Claro que esse é um resumo ultra condensado do que se passa na obra, até para aguçar a curiosidade de quem ainda não assistiu.
Durante todo tempo, as questões sobre a deficiência visual e da homossexualidade foram tratadas de modo delicado e natural, descartando os estereótipos já tão clichês, e tratando da diferença como pano de fundo para uma bela história de amor.
Dizem que o amor é cego, e nesse ditado eu creio. Outro dito popular prefiro modificar um pouco para que reflita a verdade: “o que os olhos não vêem o coração também sente”. Pensando assim, até o amor, o mais nobre dos sentimentos não enxerga, isso me deixa ainda mais próximo desse sentimento – eu e meus colegas ceguinhos.
Ter amor às cegas é a verdadeira expressão desse sentimento, sem ressalvas, sem padrões estéticos, sem regulamentos, sem rancores ou expectativas. Não sei se todos os cegos tem amor nem se todo amor cego é bom, mas sei que amar sem enxergar é amar incondicionalmente, independentemente do que se vê e totalmente vinculado ao que se sente, portanto: All you need is love/ ALL YOU NEED IS BLINDNESS!


Abaixo o link para ver o filme:
http://www.youtube.com/watch?v=1Wav5KjBHbI

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