Era uma vez num distante lugarejo chamado Nova Pirogas....
Um rato passivo e sorrateiro, casado com uma porca que era conhecida pelos
arroubos de fúria. O roedor, junto com uma ogra da região plantou uma linda
flor. Essa planta cresceu e se desenvolveu com um aroma, uma beleza e uma
doçura incomparavelmente melhores do que qualquer outra de algum reino perto
dali.
O tempo passou, e a ogra encontrou um ogro que foi sua alma
gêmea (ambos pareciam Fiona e Shrek). O ogro começou a cuidar da flor como se
tivesse sido ele a plantá-la, sendo capaz de lutar contra um exército inteiro
caso alguém quisesse fazer mal a ela.
Enquanto isso, lá no chiqueiro, a porca ficava cada vez mais
nervosa por não admitir ver aquela florzinha tão bem cuidada. Além disso, vivia
frustrada por levar uma vida tão vazia e triste. Ela mal tinha amigos, sua
estima era baixíssima e ainda por cima, o rato não colaborava para melhorar as
coisas.
Dona porca, precisava tanto de atenção que não queria mais
deixar o rato manso ir ver a flor, o que deixava o pobrezinho cabisbaixo,
Porém, ao invés de lutar pelo afeto que dizia sentir por aquela planta,
resolveu que a forma mais fácil de resolver as coisas era fazer todas as
vontades da madame suína e, pouco a pouco, ele foi desistindo da florzinha que
germinava cada vez mais cintilante.
O casal de ogros,
tido por muitos como selvagens e meio matusquelas é que regaram a plantinha,
podaram o que foi preciso, tiraram de perto as ervas daninhas e afastaram tudo
aquilo que poderia prejudicar que ela brotasse ainda mais bela.
O tempo foi passando, e o rato ficando cada vez mais infeliz
pois a flor já nem lembrava mais dele. A porca, achou que ao se livrar da flor
teria o rato só para ela, mas ao contrário disso, as coisas pioraram e ela
ficou ainda mais amarga e suja.
O rato que gostava de ficar escondido agindo na espreita –
afinal, eles adoram os subterrâneos -, passou a mergulhar no lodo onde a porca
se banhava. Certo dia, a suína foi tomar um banho para desestressar, não viu
que o rato estava bem onde ela se sentou.
O rato morreu sufocado pela porca e afogado na lama. Por sua
vez, a porca morreu de desgosto e tristeza, pois bem ou mal ela gostava de seu
companheiro.
Já os ogros ficaram felizes como sempre em seu pântano.
Aquela pequena flor foi tão bem cuidada e amada, que se tornou o mais belo
jardim de que se teve notícia em todo o universo.
Fim....
Augusto Greginsky
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