sábado, 17 de setembro de 2016

O rato e a porca



Era uma vez num distante lugarejo chamado Nova Pirogas.... Um rato passivo e sorrateiro, casado com uma porca que era conhecida pelos arroubos de fúria. O roedor, junto com uma ogra da região plantou uma linda flor. Essa planta cresceu e se desenvolveu com um aroma, uma beleza e uma doçura incomparavelmente melhores do que qualquer outra de algum reino perto dali.
O tempo passou, e a ogra encontrou um ogro que foi sua alma gêmea (ambos pareciam Fiona e Shrek). O ogro começou a cuidar da flor como se tivesse sido ele a plantá-la, sendo capaz de lutar contra um exército inteiro caso alguém quisesse fazer mal a ela.
Enquanto isso, lá no chiqueiro, a porca ficava cada vez mais nervosa por não admitir ver aquela florzinha tão bem cuidada. Além disso, vivia frustrada por levar uma vida tão vazia e triste. Ela mal tinha amigos, sua estima era baixíssima e ainda por cima, o rato não colaborava para melhorar as coisas.
Dona porca, precisava tanto de atenção que não queria mais deixar o rato manso ir ver a flor, o que deixava o pobrezinho cabisbaixo, Porém, ao invés de lutar pelo afeto que dizia sentir por aquela planta, resolveu que a forma mais fácil de resolver as coisas era fazer todas as vontades da madame suína e, pouco a pouco, ele foi desistindo da florzinha que germinava cada vez mais cintilante.
 O casal de ogros, tido por muitos como selvagens e meio matusquelas é que regaram a plantinha, podaram o que foi preciso, tiraram de perto as ervas daninhas e afastaram tudo aquilo que poderia prejudicar que ela brotasse ainda mais bela.
O tempo foi passando, e o rato ficando cada vez mais infeliz pois a flor já nem lembrava mais dele. A porca, achou que ao se livrar da flor teria o rato só para ela, mas ao contrário disso, as coisas pioraram e ela ficou ainda mais amarga e suja.
O rato que gostava de ficar escondido agindo na espreita – afinal, eles adoram os subterrâneos -, passou a mergulhar no lodo onde a porca se banhava. Certo dia, a suína foi tomar um banho para desestressar, não viu que o rato estava bem onde ela se sentou.
O rato morreu sufocado pela porca e afogado na lama. Por sua vez, a porca morreu de desgosto e tristeza, pois bem ou mal ela gostava de seu companheiro.
Já os ogros ficaram felizes como sempre em seu pântano. Aquela pequena flor foi tão bem cuidada e amada, que se tornou o mais belo jardim de que se teve notícia em todo o universo.
Fim....

Augusto Greginsky

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