segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Reminiscências do inacontecido

A chuva seca todo meu sorriso.
Faz viver o que havia morrido em mim.
Versos antigos que vão pingando,
Como lembranças efêmeras que guardo na clandestinidade.
Vou represando cada gota de suor misturada com lágrimas.
A possessividade da tristeza talvez seja uma dádiva.

Pessoas tristes caminham pelas ruas.
Não sei se a melancolia é delas,
Ou reflexo do que há em mim.
Sinto saudade das vidas que não vivi.
Quimeras que quis acalentar.

Sou um poeta em prosa.
Um romancista em rima.
Um escritor prosaico.
Contradição é minha sina.

Vasculho reminiscências escondidas.
Invento finais felizes que esqueceram de acontecer.
Histórias de amor solapadas.
Frustradas como tinha que ser.
Amor de poeta não é o que se consuma.
Mas, o que nos consome.
Amor infinito não é o duradouro.
Mas, aquele jamais correspondido.
Que por nunca ter existido
Será eternamente doido.
..............
Felipe Leão Mianes
 

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