Se 2013 for igual a 2012 eu já me dou por muito satisfeito, afinal, foi um ano repleto de alegrias e realizações pessoais. Profissionalmente foi o melhor ano da minha vida:
No campo academico foi tudo como o esperado, publiquei artigos cumpri minhas funções de pesquisador e principalmente escrevi meu projeto de tese, que brevemente irei qualificar. gostei do texto e percebi a evolução na minha escrita e nos meus modos de pesquisar e considero que estou na melhor fase como pesquisador, embora ainda tenha muito a evoluir, o que me deixa estimuladissimo.
Fiz diversos trabalhos como audiodescritor, fazendo parte da família Tagarellas inovadora no modo de fazer AD e um exemplo de como trabalhar com seus audiodescritores consultores. Participei de sucessos retumbantes como Colegas - O filme, e da AD do espoetáculo de dança Não me toque estou cheia de lágrimas - sensações de Clarice Lispector, dentre outros projetos de AD . Foi lançado o documentário Olhares, que co-dirigi coma amiga Mariana Baierle, outro baita sucesso que levou nosso trabalho para além das fronteiras gaúchas e nos abriram muitas portas devido ao apreço do público pelo nosso trabalho.
Fazer audiodescrição é a coisa que mais me dá prazer na vida, é a razão pela qual levanto todos os dias com sorriso no rosto e vontade de trabalhar duro e com dedicação e animação. É um dos motivos que me faz ter certeza que tudo dará certo mesmo nos momentos dificeis.
Mais do que escrever, eu gostaria de compartilhar um poema que eu li no livro Fotografias poéticas de um olhar viajante, escrito por Sara Bentes. Conheci o trabalho de Sara a pouco tempo, mas o suficiente paraque eu já admire muito suas ideias seja como escritora, compositora e cantora, ela escreveu a LINDISSIMA canção chamada Pra quê, um verdadeiro hino pra nós com deficiência visual. Deixo-os com essas belas palavras desejando um 2013 com saúde, paz e com todos os nossos objetivos alcançados. Para os bons, tudo vai dar certo e melhor do que o esperado; para os maus, se preparem que a casa vai cair.
Descrições (Sara Bentes)
ele me faz uma cena de cinema;
ela me faz rir demais!
O outro me traz o relevo até as mãos;
a outra usa comparação.
Ele me pinta um quadro detalhado;
ela diz o essencial;
uma aproveita tudo o que eu já conheço,
o que me é familiar,
um já me faz parecer tudo mais lindo,
dizendo o que ele quer ver.
Todo o encanto que a paisagem lhes provoca;
gostoso é perceber!
Pelos seus gritos, sorrisos, euforia.
sinto a beleza no ar, no calor das mãos que felizes me apertam,
pra depois então falar,
descrever tão intraduziveis visuais;
quase impossível missão...
E todos tentam, cada um da sua forma,
dividir sua visão,
com seus olhares perfeitos e únicos,
cada um revela seu ser,
completando meu mundo, permitindo-me ver.
Eles estão ali, sem bem perceberem,
derramando seus universos em mim,
A beleza do tato, audição, ofato e paladar lhes faço lembrar.
Ele me faz uma cena de cinema;
e é onde eu me sinto estar.
Sara Bentes - Pra quê