.A tristeza desmedida.
Toma conta de minha vida.
Meus olhos se inundam.
E o peito arde sem fim.
Quando nossos caminhos andavam descompassados.
Floresceu um desejo oculto
E agora que seguimos o mesmo rumo.
Onde tudo se perdeu?
O brilho dos meus olhos apagou.
Meu sorriso cintilante cessou.
Minha voz de suplica calou..
O coração esmigalhado quase parou.
Tenho medo do futuro.
E como será o proximo passo.
Perdeu a graça meu mundo.
Porque não estou ao teu lado.
Um espaço para exposição de minhas ideias e percepções de mundo, debatendo dentre tantos temas, sobre as questões relacionadas às pessoas com deficiência visual, acessibilidade e inclusão. Não espero apresentar soluções, mas ser provocativo e pôr em xeque as certezas
sábado, 29 de novembro de 2014
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Enredado na saudade
Quando a saudade chega.
Meu sorriso parte.
Em pedaços e apertado,.
O coração está combalido.
Lembrando de como foi.
E de como poderia ter sido.
Sei que ainda há tempo.
De fazer do meu desejo.
O teu suspiro que almejo.
No teu beijo remir meus amores.
E aplacar meus temores.
Saudades de viver.
Uma historia inacontecida.
Em que você, amor da minha vida.
Deixa-se enredar em meus braços.
Descobrindo que só em mim. Poderá encontrar.
Todo amor que procura pelo mundo.
Olhe para o lado um segundo.
E tua busca há de findar.
Pois como merece,
Somente eu saberei te amar.
Meu sorriso parte.
Em pedaços e apertado,.
O coração está combalido.
Lembrando de como foi.
E de como poderia ter sido.
Sei que ainda há tempo.
De fazer do meu desejo.
O teu suspiro que almejo.
No teu beijo remir meus amores.
E aplacar meus temores.
Saudades de viver.
Uma historia inacontecida.
Em que você, amor da minha vida.
Deixa-se enredar em meus braços.
Descobrindo que só em mim. Poderá encontrar.
Todo amor que procura pelo mundo.
Olhe para o lado um segundo.
E tua busca há de findar.
Pois como merece,
Somente eu saberei te amar.
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Enleado em teu olhar
Na corda-bamba do amor.
Te quero tanto.
O que fazer?
Se ainda não posso te ter.
Vidas que seguem.
Desejos escondidos.
Pensamentos fugidios.
Impossíveis que acontecem.
Olhares trocados.
Beijos roubados.
Sentimentos compartilhados.
Futuros incertos.
Amores redescobertos.
Passo a passo
Vejo meu recomeço
Enleado em teu desejo.
Perdido em teu olhar.
Onde encontro meu lugar.
Te quero tanto.
O que fazer?
Se ainda não posso te ter.
Vidas que seguem.
Desejos escondidos.
Pensamentos fugidios.
Impossíveis que acontecem.
Olhares trocados.
Beijos roubados.
Sentimentos compartilhados.
Futuros incertos.
Amores redescobertos.
Passo a passo
Vejo meu recomeço
Enleado em teu desejo.
Perdido em teu olhar.
Onde encontro meu lugar.
sábado, 22 de novembro de 2014
No fim das contas
Tudo na vida tem um fim.
E assim deve ser.
Não simplesmente um fenecer.
Toda vida há de ter um fim.
um proposito a cumprir.
E um horizonte para tocar.
Ninguém é dono do que sente.
Apenas daquilo que semeia.
E dos sorrisos que enleia.
A finitude que me escapa pelos dedos.
Aumenta meus medos.
De não viver tudo que desejo.
No fim das contas.
somadas e subtraidas tristezas e felicidades.
O resultado é só você quem sabe.
E assim deve ser.
Não simplesmente um fenecer.
Toda vida há de ter um fim.
um proposito a cumprir.
E um horizonte para tocar.
Ninguém é dono do que sente.
Apenas daquilo que semeia.
E dos sorrisos que enleia.
A finitude que me escapa pelos dedos.
Aumenta meus medos.
De não viver tudo que desejo.
No fim das contas.
somadas e subtraidas tristezas e felicidades.
O resultado é só você quem sabe.
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
À espera
Procurei teu cheiro,
misturado entre minhas roupas e lembranças.
Te busquei numa rosa em botão.
E te encontrei no fundo do meu coração.
tempo, tempo, tempo...
Eu aprendi a esperar.
Ate a rosa germinar.
E o nosso amor poder brilhar.
as dores do passado,
sei que não posso apagar..
Eu só quero a chance de tentar.
Te mostrar que outro mundo é possível.
onde o medo some e o amor semeia.
misturado entre minhas roupas e lembranças.
Te busquei numa rosa em botão.
E te encontrei no fundo do meu coração.
tempo, tempo, tempo...
Eu aprendi a esperar.
Ate a rosa germinar.
E o nosso amor poder brilhar.
as dores do passado,
sei que não posso apagar..
Eu só quero a chance de tentar.
Te mostrar que outro mundo é possível.
onde o medo some e o amor semeia.
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
"inclusão" sem participação
Considero a Universidade Federal do Rio Grande do Sul quase
como minha segunda casa, e tenho profundo respeito e afeto por essa instituição
tão importante na vida acadêmica mundial, nacional e na minha formação
profissional. Apesar de todas as dificuldades de estrutura, ainda é uma
referência para o ensino e pesquisa.
Também há uma imensa maioria de servidores – professores
também são servidores e por isso não faço diferenciação – abnegados por fazer
sempre o melhor. São eles que fazem a universidade pulsar e ter as evoluções
que já teve, que fazem com que muitas coisas legais aconteçam e que as coisas
sejam cada dia melhor, ou ao menos tentam que assim seja.
No entanto, o afeto que tenho pela
UFRGS não me impede de criticá-la, muito pelo contrário, é exatamente por
desejar o melhor para ela que muitas vezes me manifesto criticamente sobre
algumas situações que acontecem no cotidiano acadêmico ou nos problemas que
existem em diversas esferas. Eu quero que tudo seja cada dia melhor, e acho que
com minhas reflexões e com minhas observações, posso fazer a minha parte para
que as coisas fiquem ainda melhores.
No que tange às políticas de
inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência, embora oficialmente a
instituição afirma que essas ações ocorrem desde os anos 1980, discordo que
isso seja verdade, ao menos de fato. Foi inicialmente em 2005 e depois em 2008
mais fortemente, que acessibilidade e atendimento a pessoas com alguma
necessidade específica foi implantada na UFRGS, com a adesão ao Programa Incluir,
primeiramente coordenado pelo Professor Hugo Bayer e, posteriormente, pela
professora Adriana Thoma.
Comecei a ser atendido pelo
Programa Incluir em 2008 e já mencionei muitas vezes sua importância
fundamental em meus estudos. Não pretendo ficar me repetindo, mas nesse caso é
preciso dizer que sempre fui tratado com acolhimento, e assim como os demais
usuários, sempre fui consultado sobre alguns novos rumos ou possibilidades de
melhoria dos serviços. Logo, nós alunos atendidos sempre tivemos voz e participamos
ativamente da construção do programa.
Em Julho desse ano, nós usuários
fomos surpreendidos por uma mudança de rumos na acessibilidade empreendida na
UFRGS. Foi criado o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da universidade que
passou a substituir o Incluir. Até então, tudo muito bem, pois sempre lutamos
para que esse espaço fosse construído, o problema foi como as coisas ocorreram.
Não irei pessoalizar as questões
que citarei a partir daqui, pois todas as atitudes foram tomadas
institucionalmente e bem ou mal, é uma postura da universidade e de seus
representantes. E, essa é uma opinião minha como usuário e não reflete nada
além de meu posicionamento.
Como transito em inúmeros
ambientes e instâncias da UFRGS pelo bom relacionamento que tenho com muita gente
de todos os setores, acabo sabendo de muitas coisas e uma delas foi o modo como
o tal núcleo foi concebido e, por isso, sei de muitos fatos que geraram a
criação desse setor.
Dentre tantos fatos dos quais
discordo sobre a criação no núcleo de inclusão e acessibilidade, o principal e
o que eu gostaria de comentar aqui é a completa ausência de diálogo com os
usuários. Quando começou a ser concebido, os alunos atendidos não foram sequer
convidados ao diálogo para a construção do núcleo de acessibilidade.
Um dos fundamentos atuais da
acessibilidade e dos direitos das pessoas com deficiência é que os sujeitos que
pertencem a esse grupo devem participar de todas as concepções e tomadas de
decisão relativas às suas vidas e suas posições na sociedade. Uma universidade
que deveria primar pela construção de propostas chamando seus alunos - nesse
caso com deficiência – para empreender diálogos e participação destes nos
diferentes espaços.
Em nenhum momento as pessoas com
deficiência da UFRGS foram convidadas a ter sequer uma conversa que fosse sobre
a forma como seria concebido o núcleo de acessibilidade. Tudo foi decidido no
gabinete, sem ouvir as ideias que poderíamos ter para melhorar a logística ou a
qualidade dos serviços prestados.
Esperei alguns meses até escrever
esse texto, já que por mais que eu sempre tivesse duvida de desse formato
unilateral como o núcleo foi constituído, deixei as coisas acontecerem para ver
se ao menos em algum momento seriamos convidados pela atual coordenação a
estabelecermos uma interlocução e contribuirmos de alguma maneira para a
melhora da acessibilidade na UFRGS. Mas para a minha decepção, nada foi feito
nesse sentido, e tudo parece estar em inércia, situação que a mim não agrada
nem um pouco.
Vejo e vivo diariamente os problemas
acontecendo, e até já tentei apresentar algumas soluções, mas infelizmente,
nada foi feito de concreto para que as coisas mudem e sejam implementadas ações
efetivas de acessibilidade arquitetônica e atitudinal. É uma pena que tudo
tenha ficado em suspenso, e pior é notar que pouco ou nada mudará nos próximos
tempos.
Acho que participar de formações
no MEC é sempre importante para capacitar mais os gestores vinculados a essa
área, no entanto, posso dizer sem nenhuma modéstia que dentro da própria UFRGS
existem pessoas com deficiência atualmente ou que já passaram por nossa
universidade que são tão ou mais capacitadas para realizar formações em
acessibilidade;
Não é necessário ir tão longe para
ter essas aulas, bastaria olhar em volta e bem perto encontrariam pessoas que
poderiam ajudar muito nessas “novas” perspectivas. O que acontece é que muita
gente tem uma visão mais limitada do que a minha, mesmo enxergando com
plenitude.
Mais do que usuários capacitados
para realizar esses processos, consultar os alunos com deficiência da UFRGS é
importante por termos conhecimento das realidades de nossa instituição, por
conhecermos como as coisas funcionam em nossos cursos com suas especificidades
e por uma questão de respeito àqueles que são a razão de existir da UFRGS, que
são seus próprios alunos.
Nós alunos com deficiência também
desejamos ter voz e vez nos debates sobre a construção da universidade, e não
só sermos vistos como estranhos, ou como “garotos propaganda” de ações
inclusivas para as quais nem fomos convidados a participar.
Enfim, creio que firmar e
implementar uma proposta de inclusão sem a parceria com seus alunos com
deficiência, é como o orvalho que evapora antes de chegar à flor, ou seja, suas
funções práticas não são cumpridas plenamente.
Mais do que solicitar e receber
atendimentos, queremos participar ativamente do processo de implantação e
desenvolvimento dos rumos que o núcleo de acessibilidade venha a tomar. Afinal,
é por causa, por e para as pessoas com deficiência que esse setor existe, e é sempre
bom recordarmos disso.
domingo, 2 de novembro de 2014
A vida como um sopro
Há momentos na vida em que nos deparamos com aquelas pessoas
que tentam nos desqualificar intimidar ou oprimir. Dito tantas vezes e conforme
o contexto, acabamos por acreditar que tudo aquilo é verdade e aceitamos com
resignação a mais feroz e injusta das criticas. Isso ocorre com as pessoas com
deficiência, que taxadas cotidianamente como incapazes, acabam achando que o
são de fato.
O descrédito e a falta de confiança podem durar algum tempo,
mas não para sempre, pois quem tem talento para aquilo que faz não desaprende
nunca, por mais pedregoso que seja o caminho. Tenho conhecido alguns casos como
esses nos últimos tempos. Talvez porque aconteçam bem perto de mim, ou por ser
eu uma parte dessa história. Em tempos de mudanças, recomeçar é preciso, mudar
é essencial e recuperar a confiança é o que nos faz renascer.
Há uma tendência cultural da maioria das pessoas com deficiência
serem tratadas em uma relação de inferioridade, ou ao menos, de expectativas
tão baixas, que isso as acaba subjetivando e faz com que duvidem de suas
capacidades que estão ali guardadas dentro delas.
Tenho uma amiga que durante um tempo foi muito espezinhada,
oprimida e teve sua qualidade colocada em xeque. Infelizmente, a pressão foi
tanta que ela acreditou que de fato fosse desqualificada, preguiçosa ou
incompetente. Felizmente, mudanças vieram e novas chances apareceram, a
confiança foi sendo retomada e a minha amiga foi recuperando o brilho nos olhos
que todos nós admirávamos.
Essa semana, tive a chance de estar a seu lado em um curso
sobre audiodescrição. E, quando a vi exercendo o papel de consultora com uma
qualidade impressionante, dando dicas certeiras e indo direto ao ponto, eu
pensei: “é como o sol que ressurge por entre as nuvens!”. Parecia que fazia
suas observações instintivamente, como se fizesse consultoria de AD tão
comumente como respira.
Aquilo me emocionou muito, ver a minha amiga fazendo aquilo
que tanto gosta, e fazendo isso com confiança em si mesma e no seu talento.
Sim, ela está de volta! No momento, fiquei sem reação, a única coisa que eu
quis fazer foi ficar olhando aquela aula que um dia qualquer aspirante a
consultor deveria assistir.
Essas pequenas grandes coisas do cotidiano são importantes
para vermos coisas de formas diferentes daquelas que costumamos. Não dar
ouvidos a quem não merece e acreditar que um dia as coisas ruins ficam no
passado. E isso me fez refletir sobre um universo de coisas.
Lógico, também recordei das dificuldades pessoais da minha
amiga que hoje atingiu um patamar de maturidade e de sucesso que não deve mais
nada para ninguém, e melhor, ela mesma sabe disso. Acompanhei todo o processo
de perto e sei o quão difícil foi, mas aquela aula valeu por cada um dos dias
que eu tive que apoia-la.
Naquele instante senti como se um vistoso pássaro preso em
uma pequenina gaiola, tivesse ganhado a liberdade e começasse a voar pelo céu
como se jamais tivesse saído de lá. Há pessoas que descobrem que a chave que
abre a gaiola se chama confiança. Porque é ela que te faz sentir vivo e pleno
para aproveitar o que a vida tem a oferecer. É a confiança que nos devolve
desejos já esquecidos na memória, e nos faz ver quão colorida a vida pode ser.
A felicidade que podemos ter jamais dependerá do outro, ou
daquilo que ele possa vir a fazer ou a representar. Ela é intransferivelmente
nossa responsabilidade e, por isso mesmo, o maior compromisso que alguém pode
ter é consigo mesmo. Somos as escolhas que fazemos, e podemos nos resignar com
as posições que tentam nos impor ou romper com as amarras das convenções e
caminharmos com nossas próprias pernas.
O que importa é que a vida sempre nos dá uma segunda chance
de mudar o que não parece bem, e mais ainda, de usarmos essas oportunidades
como uma redenção diante do que nos fazia mal. A vida é um sopro, e quando a
gente menos espera o fôlego acaba. Por isso, enquanto o bafejar da existência
impulsionar nossos sonhos poderemos ir adiante, vencer a incredulidade – própria
e alheia -, rumo a mares nunca d’antes navegados....